Maria Mourão |
Aqueles dias frios de julho As vezes me pego relembrando com carinho os dias que percorri o Caminho da Luz, confesso que não foi no mesmo instante que resolvi aceitar o desafio, mas o maior motivo foi que eu não sabia direito o que era isso... Hoje recomendo a qualquer um que me pergunte sobre a experiência, fico falando e falando, mas sei que minhas palavras não são capazes de transmitir o que sentimos durante e depois de fazer algo assim. Digo a eles: teve dia em que caminhamos mais de 30km, e quando chegávamos no destino, tudo que queríamos, era um banho frio e um chão para dormir... O ser humano tem um poder maravilhoso de superar obstáculos e desafios, pena que às vezes se esqueça disso. Sei que não me esquecerei daqueles dias nunca, quando convivi com pessoas maravilhosas, sempre dispostas a ajudar o próximo... algumas que foram, como eu, em busca de uma semana de paz e outras que fazem parte daquele cenário e sempre recebem bem quem passa por lá. Nunca deixarei de dar valor a um bom banho quente nas noites frias e a uma cama macia. E não se apagará nunca da minha mente toda a natureza que eu vi, que senti e que fotografei. É mágico poder olhar as coisas de outro ângulo, ver as nuvens abaixo de você e o sol se pondo lá de cima! Experiência que quero viver por muitas vezes mais na minha vida. Quando andávamos por aqueles lados sem poluição, sem modernidade, o único carro que queríamos ver era o simpático carro de apoio, cheio de lanche natural! E é lamentável que hoje, nessa cidade grande, com tanta coisa pra fazer, não nos demos tempo nem pra olhar se o céu de hoje nos trouxe as estrelas, mas quando paramos pra pensar, sabemos que talvez tudo que queremos é um minuto de paz em cima daquela montanha, debaixo daquela árvore, onde os problemas se vão, mesmo que por alguns instantes. Obrigado a todos que compartilharam comigo estes momentos, alguns serão inesquecíveis. |