História do Caminho da Luz - Percurso Imprimir

Durante todo o percurso do Caminho da Luz, fragmentos de mica e cristais emergem do solo, proporcionando-lhe um brilho especial. A luz do Caminho está presente também na extensa amplitude de visão e grande luminosidade que são descortinadas nas cordilheiras do horizonte sempre que, durante a caminhada, um vale é deixado para trás.

A ABRALUZ, por questão de segurança, desaconselha percorrer o Caminho da Luz sozinho(a), tendo em vista que há trechos do Caminho que são muito a ermo, onde pode-se caminhar 06 a 10 quilômetros sem encontrar nenhuma pessoa ou casa. No entanto, entende que, a decisão de percorrer o caminho solitário é do próprio peregrino, cabendo a esse com a total responsabilidade pela decisão tomada.

Siga sempre as setas amarelas e as placas indicativas do Caminho!

O Caminho, que é todo sinalizado por setas, marcas amarelas e placas indicativas, tem início na cidade de Tombos (conhecida como Portal de Minas), a 383 quilômetros da Belo Horizonte – capital do estado de Minas Gerais, e termina no Pico da Bandeira. São quase 200 quilômetros percorridos pelas montanhas de Minas em sete dias de caminhada (ou em menos, se de bicicleta ou a cavalo), passando por fazendas centenárias, matas, cachoeiras, santuários e antigas estações ferroviárias. A rota é carregada de um magnetismo que fascina a todos aqueles que têm uma sensibilidade aguçada, pois sua força telúrica abre inúmeros portais energéticos, os quais atiram os caminhantes numa viagem que ultrapassa a barreira do tempo.

Ao peregrinar pelo Caminho da Luz, temos a impressão de que estamos viajando juntamente com os índios, tropeiros, religiosos, pesquisadores e aventureiros que se embrenhavam pelas matas da região em busca do ouro, das pedras preciosas e das terras férteis que, ainda hoje, guardam importantes tesouros naturais e arqueológicos.

As inscrições para percorrer o Caminho são feitas no sesquicentenário Hotel Serpa, na cidade de Tombos, a qual, em 1849, foi batizada com o nome de Tombos Encantado devido a beleza e magia de sua cachoeira.

Efetivada a inscrição, os caminhantes recebem suas credenciais, que serão carimbadas nos locais de pernoite (a exemplo do que acontece no Caminho de Santiago de Compostela). A credencial representa para o caminhante, ciclista e cavaleiro o passaporte para o acesso às inúmeras propriedades particulares ao longo da rota e garante que o mesmo não está em busca de objetivos outros em terra alheia.


Tombos

O início da caminhada é na base da Cachoeira de Tombos, a 5ª maior em volume de queda d'água do país, situada na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro. Ali Albino Neves patrocinou a feitura de uma escultura feita pelo escultor Afonso Barra em homenagem aos índios primeiros peregrinos do Caminho da Luz, o Caminho do Brasil. A água, elemento de purificação, energiza os caminhantes, que se maravilham diante da imponente beleza da cachoeira, em cujas margens está situada uma das primeiras usinas hidrelétricas de Minas.

O município guarda muitos momentos de sua história no museu instalado na antiga estação ferroviária, no secular Hotel Serpa e em suas inúmeras fazendas centenárias, como a Fazenda Oliveira (1845), de propriedade da família Vidigal, importante marco da época do Império, preservada com suas dezenas de dependências no estilo colonial, tendo ao redor uma das mais expressivas reservas da Mata Atlântica da região. Ali, acompanhado pelo gado leiteiro, o caminhante faz uma pequena parada para tirar fotos e descansar por alguns minutos à sombra das frondosas mangueiras após os primeiros quilômetros percorridos.

Deixando a centenária Oliveira, a jornada continua em direção à Gruta da Pedra Santa, em Catuné, onde é concluído o primeiro dia de peregrinação. Para isso entra-se pelo caminho de acesso à Mata do Banco, onde os micos saltam de galho em galho e diversos pássaros fazem ecoar por entre os resquícios da Mata Atlântica seus cantos melodiosos, enquanto a mata e suas flores exalam um agradável perfume, proporcionado pela mistura das variadas espécies vegetais ali existentes. Os verdes campos perdem-se de vista após a passagem pela Mata do Banco, enquanto o gado adorna o Caminho com suas cores variadas e o desprender de mugidos que parecem saudar o caminhante.

Já próximo a Catuné, na grande árvore da fazenda de Maurílio Fumian, o caminhante tem duas opções: percorrer a via original do Caminho da Luz, descendo quatrocentos metros para iniciar a subida pela centenária rota de romaria à Gruta Santa, onde encontra belos riachos e pedras de tamanhos variados, ou subir pela estrada principal de acesso a Catuné, a qual é utilizada pelos Ciclistas e Cavaleiros da Luz e pelos carros de apoio. Pela via original, o caminhante, ao chegar ao alto da colina, pode apreciar as montanhas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, com seus matizes e encantos, dali até a Gruta Santa é apenas mais um quilômetro, passando por um riacho de água cristalina e refrescante.

Visite o monumento em homenagem aos Índios esculpido pelo escultor Afonso Barra (patrocinado pela ABRALUZ, através de seu Presidente Albino Neves) na margem da Cachoeira de Tombos


Catuné

Após horas de caminhada por lugares fascinantes, o peregrino chega à Gruta da Pedra Santa, cuja padroeira é Nossa Senhora de Lourdes, um local de grande mistério para a ciência e para os religiosos. Ali Albino Neves patrocinou a feitura de uma escultura feita pelo escultor Afonso Barra onde se vê Nossa Senhora de Lourdes abençoando uma peregrina mulher. Há pouco mais de um século, a gruta compreendia apenas uma área de cerca de 150 m². Hoje, tem mais de 35 metros de altura e 1.200 m² de área, sendo que, ao seu lado, outra grande gruta de aproximadamente 400 m² está em formação, já quase se fundindo à original. O maior enigma da Gruta Santa de Catuné é que as pedras que caem de seu teto e laterais, fazendo com que a mesma aumente de tamanho, caem e desaparecem sem que ninguém veja, não havendo, até hoje, explicação para tal fenômeno. Segundo D. Madalena Alves Fumian, a Gruta da Pedra Santa, como também é chamada, era utilizada como esconderijo por escravos fugitivos, sendo que, conforme relatos, alguns deles viram a imagem de Nossa Senhora no alto da pedra. O homem branco tomou conhecimento da mesma apenas em meados de 1.800, encontrando no local vestígios de índios que, em tempos remotos, ali deixaram objetos de barro. O lugar é propício às meditações e teofanias, sendo incontáveis os relatos de milagres ali ocorridos. Recomenda-se fazer uma prece no local, onde energias supremas são fortemente sentidas. Catuné é uma comunidade que respira amor e luz por todos os poros. Ali ninguém passa fome ou dorme ao relento, pois a comunidade sempre tem um braço estendido para amparar o irmão necessitado, seja ele filho da terra ou não. Lá não existem hotéis ou pousadas e os peregrinos se hospedam em casas de família desde que estejam devidamente credenciados.

O lugar é pacífico e o povo acolhedor, lá só pernoita peregrinos credenciados, pois não existem hotéis e os mesmos são acolhidos em casas de família.

Visite o monumento em homenagem a Nossa Senhora de Lourdes (Padroeira de Catuné) e a mulher peregrina na porta da Gruta da Pedra santa esculpido pelo escultor Afonso Barra (patrocinado pela ABRALUZ, através de seu Presidente Albino Neves).


Pedra Dourada

No segundo dia, o destino é a Pedra Dourada. Pela manhã, passa-se pelo Balneário da Comunidade da Igrejinha e, dali, segue-se pelo Lombo do Burro, pelo Vale do Silêncio (ali em dia de tempo limpo vê-se o Pico da Bandeira), que proporciona uma visão esplendorosa das montanhas e encanta com a variedade de tons e seus mistérios, e pelo Distrito de Água Santa, onde as mulheres da comunidade fazem do crochê e da renda seu meio de subsistência.

Do alto da montanha que abriga o Santuário da Água Santa, é possível avistar todo o vale e beber da água que jorra de dentro da pedra. A água, cujas propriedades curativas atraem pessoas de todo o país, foi descoberta pelos primeiros desbravadores da região e é considerada milagrosa por muitos que já alcançaram a cura de diversas enfermidades, numa demonstração de que a fé é a alavanca que impulsiona todos os sonhos, fazendo o homem superar os limites do que é possível para alcançar o que era tido como impossível.

Continuando a peregrinação, o caminhante ruma para o Alto da Jacutinga (aproximadamente 1.058 metros de altitude), iniciando, então, uma descida que dura dois dias (estendendo-se até Carangola). O caminhante, então, pernoita em Pedra Dourada, cidade que recebeu esta denominação por abrigar uma pedra que reflete a luz do sol, espalhando um tom dourado especial na atmosfera do lugar. Na pedra, cujo formato é semelhante ao da Pedra da Gávea (Rio de Janeiro), é encontrada uma grande variedade de plantas, animais, cavernas e nascentes de água cristalina. Segundo a lenda, na Pedra Dourada, mora a Mãe do Ouro, entidade fantástica que vive num palácio submerso, mas passeia, luminosa, pelos ares. A luz sempre foi vista pelos habitantes do lugar, principalmente pelos retireiros que saem de madrugada para ordenhar o gado leiteiro da região.

Em frente a Igreja de São José, em estilo Gótico a Prefeitura Municipal de Pedra Dourada em parceria com a ABRALUZ e com Albino Neves patrocinou uma escultura de 2,30m de altura esculpida pelo escultor Afonso Barra onde se vê São José, o carpinteiro abençoando um peregrino estrangeiro. Próximo dali também existe um peregrino feito em aço uma homenagem aos peregrinos, à Dona Ana (in memorian) e ao povo de Pedra Dourada.


Faria Lemos

Na manhã seguinte, rumando para Faria Lemos, passa-se pela Pedra do Lagarto, onde, segundo a lenda, um velho índio entoava cânticos de louvor à natureza, produzindo uma concentração energética que atraía os nativos para a base da pedra, onde recebiam benefícios para o corpo e para a alma, proporcionados por aquele canto mágico, conforme relatou Geraldo Júlio da Silva, que, aos 104 anos, ainda se recordava das histórias contadas por seus antepassados sobre o Velho Xamã da Pedra do Lagarto.

Mais à frente, encontra-se a bela Cachoeira Surpresa, local próprio para banho e prática de rapel. A Surpresa sempre surpreende seus visitantes, pois ali é comum a fluência de verdadeiros espetáculos da natureza. Os raios solares, ao atravessarem as águas que jorram do alto do paredão de pedra, formam arco-íris em abundância, que dão uma magia especial ao lugar. Neste dia, durante um longo trecho, o caminhante é acompanhado por árvores centenárias e pelas águas que descem do Cafarnaum e formam o rio São Mateus, que, em Faria Lemos, deságua no rio Carangola.

Ao longo de toda a rota, caminha-se por apenas três quilômetros de estrada asfaltada: o trecho que liga o trevo de Faria Lemos até a cidade. A estrada tem pouco movimento, é toda arborizada com árvores frutíferas e possui dois bicões de água para banho. Faria Lemos, tem como padroeiro São Mateus.

A cidade, no passado, foi aterrorizada pelo famoso Coronel Novaes, um dos mais temidos coronéis da época, sempre escoltado por seus jagunços, que faziam sentinela nos morros, protegendo-o. Conta-se que, certa vez, quando uma guarnição de policiais saiu em sua captura, foram todos mortos e devolvidos em uma carroça à porta da delegacia, com as homenagens do Coronel. Novaes era proprietário de uma das mais belas fazendas da região. Este imponente casarão do século XIX foi restaurado, mantendo a senzala e todas as suas características originais. Anteriormente banhada por sangue e pavor, Faria Lemos é, hoje, pacífica. Uma lei municipal extinguiu sua cadeia pública, que não mais era utilizada.

Na cidade, também não há delegacia, apenas um posto da Polícia Militar, que, raramente é acionado para coibir crimes. Batizada como a Esmeralda da Zona da Mata, Faria Lemos, cujos habitantes, em sua maioria, são conhecidos por apelidos, está situada a 329 metros de altitude e guarda em suas terras, entre outras fazendas centenárias, a das Palmeiras, com um tradicional alambique que produz a Cachaça Nota 10.

Visite o monumento em homenagem a São Mateus (Padroeiro de Faria Lemos), a criança peregrina e ao afro-descendente na porta da Igreja Matriz esculpido pelo escultor Afonso Barra (patrocinado pela ABRALUZ, através de seu Presidente Albino Neves).


Carangola

Ao deixar Faria Lemos, o caminhante passa pelo Córrego do Inhame e pela Fazenda das Palmeiras, iniciando, então, a subida da Serra dos Cristais, assim denominada devido à abundância de tais pedras no leito da estrada. Chegando a 600 metros de altitude, podem ser avistados Tombos, Catuné, Pedra Dourada e Carangola, além do belo trecho da Serra de Caiana que será percorrido no dia seguinte.

Ao descer a serra, o caminhante passa pelas Fazendas Reunidas São Pedro e é acompanhado pelo rio Carangola, que deu nome à próxima cidade de pernoite, a qual está situada a 399 metros de altitude e é a maior da região. Conhecida como a Princesinha da Zona da Mata, Carangola tem Santa Luzia como padroeira em virtude de uma graça alcançada, em 1856, pelo Cel. Antônio Carlos de Souza, que, quando estava cortando uma pedra de moinho, teve seu olho atingido e lesionado por um estilhaço. Devoto de Santa Luzia, o Coronel prometeu que, se alcançasse a cura, proporia ser a santa a padroeira de Carangola. A graça foi alcançada e esta pedra de moinho encontra-se exposta no Museu Histórico e Geográfico da cidade, que possui um expressivo acervo, especialmente no que se refere a utensílios, restos de cerâmica e tecidos moles de povos indígenas encontrados em sítios arqueológicos no município.

Na porta da Igreja de Santa Luzia Albino Neves patrocinou uma escultura de 2,30m de altura esculpida pelo escultor Afonso Barra onde se vê um peregrino deficiente visual solicitando as benção da Santa. A escultura foi doada pela ABRALUZ a Igreja e o termo de doação foi entregue por Albino Neves nas mãos do Bispo Dom Hélio Gonçalves Heleno e do Pároco Antônio Feliciano Teixeira (Pe. Toninho).  Durante a inauguração do Monumento ocorrida no dia 13 de dezembro de 2010, dia de Santa Luzia, o Padre Toninho, pároco de Carangola, ao lado do Bispo de Caratinga Dom Hélio Heleno Gonçalves anunciou que o Papa Bento XVI reconheceu a Igreja como sendo um Santuário, local de indulgência, de peregrinação.(*)

A cidade possui belos casarões do final do século retrasado e início do século passado (os quais podem ser vistos nas Ruas Pedro de Oliveira e Santa Luzia), bem como a Casa de Caridade de Carangola, construída em 1907, e a Igreja Matriz de Santa Luzia, localizada em frente à Praça Cel. Maximiano, cujas palmeiras imperiais presenciaram mais de um século de história. Além de possuir comércio diversificado, várias agências bancárias, bons hospitais e um horto florestal que anualmente produz milhares de mudas nativas para o reflorestamento da região, Carangola encanta por suas belezas naturais, como o Morro da Torre, a Gruta de São Bento, as cachoeiras do Bambu Amarelo e do Boi e o Vale do Papagaio.

A cidade abriga também um campi da Universidade do Estado de Minas Gerais.

As regiões de Conceição, Papagaio, Serra dos Limas, Galdina e Suiça, Parada General, Morro da Torre, São Bento, Borboleta, São Manoel do Boi, Córrego do Galo, Aterro Grande e Ponte Alta são propícias à pratica do Mountain Bike, cicloturismo, alpinismo, rapel, cavalgada, turismo de vivência, turismo rural entre outras.

(*) Em Carangola, na porta da Igreja Santa Luzia (reconhecida pelo Papa Bento XVI como Santuário, local de indulgência como Santiago de Compostela), a ABRALUZ patrocinou através de seu Presidente Albino Neves uma escultura de Santa Luzia abençoando um peregrino deficiente visual, que também homenageia todos os peregrinos deficientes físicos. A escultura mede 2,30m de altura e é uma obra do escultor Afonso Barra.


Caiana

Levando no coração a lembrança desta terra de povo fraterno e hospitaleiro, o caminhante ruma para Caiana cortando uma serra de beleza fascinante, cuja ampla visão abrange as montanhas rochosas de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Apesar da beleza de todo o Caminho da Luz, muitos chegam a dizer que um dos mais belos trechos do Caminho é o que vai da Parada General até Ernestina, atravessando os municípios de Carangola, Faria Lemos e Caiana, com seus extensos paredões, ora adornados por bromélias, ora por samambaias ou avencas. Isso sem falar das nascentes ao longo de tal trajeto, da mina de cristais, da fonte de Santa Clara, das antigas construções da Estrada de Ferro Leopoldina, do túnel de pedra, das matas, dos monos-carvoeiros, da morada do eremita José Maurino (um dos ícones do Caminho, cuja memória é guardada com carinho por todos que o conheceram), das histórias da extinta linha férrea e dos seres elementares que muitos afirmam ver durante o trajeto. São três a quatro horas de caminhada por um lugar mágico, impregnado de energias que fascinam o Caminhante da Luz. Depois deste cenário de pura magia, a chegada à sossegada Caiana, que concentra grande energia gerada pela diversidade de minérios ali existentes em suas minas de cristal, mica e pedras semipreciosas. Muitos caminhantes optam por fazer o Caminho por mais um dia preferindo pernoitar em Caiana e depois na Comunidade da Galiléia.

Visite o monumento em homenagem a São João Batista (Padroeiro de Caiana), ao peregrino idoso e aos Templários  protetores dos peregrinos da Terra Santa  esculpido pelo escultor Afonso Barra (patrocinado pela ABRALUZ, através de seu Presidente Albino Neves).


Espera Feliz

Ao deixar Caiana, o caminhante anda pouco mais de uma hora até chegar em Espera Feliz, a 748 metros de altitude, que recebeu este nome porque, no passado, ali pousavam os tropeiros para saciar a sede, dar descanso aos animais e esperar a caça, que ali ia beber água. Naquele lugar, com certeza, encontravam alimento. Também conhecido como Terra Fria e Cidade das Flores, o município faz divisa com o Parque Nacional do Caparaó, tanto pelo lado capixaba como pelo lado mineiro, e abriga várias cachoeiras, entre elas, a do Chiador, Pedra Furada, Paraíso e do Edimário, todas de rara beleza e águas transparentes e frias, possuindo também possui diversos prédios da antiga linha férrea, como as estações de Espera Feliz e Pedra Menina.

Visite o monumento em homenagem a São Sebastião (Padroeiro de Espera Feliz) e ao cavaleiro peregrino na porta da Igreja Matriz esculpido pelo escultor Afonso Barra (patrocinado pela ABRALUZ, através de seu Presidente Albino Neves).


Caparaó

Depois de pernoitar em Espera Feliz, a próxima parada é em Caparaó, ou Galiléia passando, antes, por Pedra Menina - localidade que recebeu este nome em virtude da montanha ali existente, a qual, segundo a lenda, é uma jovem índia que preferiu a morte a ter que deixar um amor proibido, sendo, por isso, transformada em pedra - e Quiçé. A região destaca-se por sua cultura cafeeira, sendo mundialmente conhecido o café das montanhas de Minas. Caparaó está situado a 814 metros de altitude, possui rampa de vôo livre e belas montanhas, além de um povo amigo e acolhedor. De Espera Feliz até Caparaó, a caminhada é quase toda feita em estrada plana, sendo que, dali para frente, o caminhante começa a subir as serras que levam ao Alto Caparaó.

Galiléia

Desde que o Caminho da Luz surgiu em 2001, o principal objetivo de seu idealizador foi o de resgatar com o máximo de autenticidade a rota percorrida pelos índios, que há mais de 300 anos peregrinavam por essas terras em direção ao Pico da Bandeira, a Montanha Sagrada do Brasil.

O Caminho da Luz, o Caminho do Brasil tem início na base da Cachoeira de Tombos e passa por Catuné, Água Santa, Pedra Dourada, Faria Lemos, Carangola, Caiana, Espera Feliz, Caparaó e Alto Caparaó até chegar ao Pico da Bandeira dentro do Parque Nacional do Caparaó. Reconhecido como Patrimônio Cultural de Minas Gerais através da Lei número 18.086/09 a rota é traçada sobre o caminho dos índios, tropeiros e aventureiros, sendo que o trecho mais antigo é aquele percorrido pelos povos primitivos do Brasil.

Em busca do caminho original dos índios, a Associação Brasileira dos Amigos do Caminho da Luz - ABRALUZ, vinha já há alguns anos fazendo levantamentos paralelos na encosta da cordilheira do Caparaó, descobrindo que os índios passavam pelas comunidades da Galiléia e Boa Vista, ambas no Município de Caparaó. Na Galiléia, inclusive, existe uma montanha que é conhecida como Altar dos Índios, local onde os primeiros habitantes da "terra brasilis" costumavam fazer rituais de preparação para seguir em direção à Montanha Sagrada, onde iam adorar o Deus Ruda, o Deus da Criação, segundo informou o indigenista Itatuitim Ruas, que mantém contato com índios de todo Brasil.

No final do ano de 2009, após confirmada a passagem e a presença dos índios pela Galiléia e pela Boa Vista, a ABRALUZ conseguiu junto à ADESPi que a rota fosse sinalizada dentro do projeto de sinalização aprovado no Fórum da Mesoregião do Itabapoana e patrocinado pelo Ministério da Integração Nacional. Desde então, depois do Pontilhão de Ferro de acesso ao Caparaó existe uma sinalização indicando a rota dos índios, dando dessa forma opção para os caminhantes, ciclistas e cavaleiros da Luz passarem por Caparaó ou pela Galiléia.

 


Alto Caparaó

Na chegada a Alto Caparaó, encontra-se a Igreja de São Paulo Apóstolo, um chalé de cor azul que contrasta com a encosta das montanhas do Caparaó. A cidade, situada a 997 metros de altitude, é onde o caminhante recebe o último carimbo em sua credencial e o Certificado de Caminhante da Luz. No município está localizada a entrada pelo lado mineiro do Parque Nacional do Caparaó, criado em 1961, que abriga os Picos da Bandeira (2.890) e do Cristal (2.790) e as nascentes das bacias dos rios Doce, Itabapoana e Itapemirim, além das belas cachoeiras e vales e da grande variedade de espécies de animais e de plantas, entre estas, muitas novas para a ciência e outras endêmicas. Após pernoitar em Alto Caparaó, depois de seis dias de peregrinação, o Caminhante da Luz parte para a conquista do Pico da Bandeira, que recebeu esta denominação em virtude de, por volta de 1859, Dom Pedro II ter determinado que fosse fincada uma bandeira do Império no pico mais alto da Serra do Caparaó. O pico, onde pajés de todo o Brasil costumam fazer rituais de purificação e energização, numa pajelança que envolve muita magia e misticismo, é também conhecido como a Montanha Sagrada do Brasil. Ponto culminante do Parque Nacional do Caparaó, com 2890 metros de altitude, o Pico da Bandeira é o terceiro mais alto do país e o primeiro mais alto acessível. De seu cume, tem-se uma visão de 360º, sendo magnífica a paisagem dali avistada: um mar de montanhas que se estendem ao infinito. Lá, onde o vento da liberdade invade a alma, descobre-se que o Caminho não tem fim, reinicia-se a cada novo dia, pois todo final é um recomeço.

A Serra da Chibata era habitada por índios da tribo dos Carajás.

Alto Caparaó tem o significado águas cristalinas que descem das pedreiras.
Os primeiros a chegar foram: os alemães, os suíços, portugueses e italianos que vieram de Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, fugidos de suas terras de origem ou como imigrantes. Depois vieram para Caparaó atraídos pelo clima frio semelhante ao de suas pátrias.

Em 1967, inspirados pelo sucesso de Fidel Castro em Sierra Maestra, Cuba, alguns revolucionários brasileiros fizeram um acampamento de treinamento de guerrilha no alto da Serra do Caparaó. A descoberta do movimento da guerrilha levou à localidade cerca de 10 mil soldados e a Força Aérea Brasileira para efetuar a prisão dos guerrilheiros. A presença de tanques de guerra e aviões de combate foi um fato que para sempre marcou a vida das pessoas que viviam em Alto Caparaó na época.

Em frente ao Restaurante Estância Gourmet encontra-se o Marco do triúnfo uma escultura em Ferro com o símbolo do Caminho da Luz, o Caminho do Brasil.